Vídeo para reflexão e estudo - Uma analise baseada na frase "Ser ou não ser, eis a questão" (do original em inglês: To be or not to be, that is the question). Parte integrante da peça " A tragedia de Hamelet, príncipe da Dinamarca," ( encontra-se no ato 3,cena 1). de William Shakespeare.
Após leitura de um fragmento da Obra Shakespeana, com um olhar psicanalítico podemos observar diversos pontos a serem examinados no contexto inconsciente do Príncipe Hamelet. Há uma construção conflituosa na relação edipiana, evidenciado no desejo incestuoso pela figura materna . Em outro contexto, identificou-se tentativa de simular uma pseudo insanidade, avaliada como uma ação inconsciente cuja pretensão são os ganhos secundários, ou seja, trazer a atenção para si. Sendo estes episódios característicos também da neurose histérica conversiva, visto a necessidade da atenção do outro, associada a intensa carga de afeto e emoções reprimidas. Parte da formação desta estrutura, se estabelece em função do modo que se vivenciou o complexo de Édipo, os investimentos objetais mostram-se facilmente móveis e variados. Assim como Hamelet, o indivíduo histérico possui aspectos no qual, quando não superam a sua escolha objetal primitiva, fixam -se nela de tal forma que ao surgir alguma frustração posterior, retornam ao objeto. Concluindo-se que estes conflitos internos agrega soma de desejos, recalques da infância, consumado por uma crise existencial, expresso na frase "Ser ou não ser eis a questão."
Em nosso espírito sofrer pedras e flechas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provocações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
Dizer que rematamos com um sono a angústia
E as mil pelejas naturais-herança do homem:
Morrer para dormir... é uma consumação
Que bem merece e desejamos com fervor.
Dormir... Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo:
Pois quando livres do tumulto da existência,
No repouso da morte o sonho que tenhamos
Devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita
Que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios.
Quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo,
O agravo do opressor, a afronta do orgulhoso,
Toda a lancinação do mal-prezado amor,
A insolência oficial, as dilações da lei,
Os doestos que dos nulos têm de suportar
O mérito paciente, quem o sofreria,
Quando alcançasse a mais perfeita quitação
Com a ponta de um punhal? Quem levaria fardos,
Gemendo e suando sob a vida fatigante,
Se o receio de alguma coisa após a morte,
–Essa região desconhecida cujas raias
Jamais viajante algum atravessou de volta –
Não nos pusesse a voar para outros, não sabidos?
O pensamento assim nos acovarda, e assim
É que se cobre a tez normal da decisão
Com o tom pálido e enfermo da melancolia;
E desde que nos prendam tais cogitações,
Empresas de alto escopo e que bem alto planam
Desviam-se de rumo e cessam até mesmo
De se chamar ação.""[...]
Saliento que o acima descrito, compõe apenas parte, um fragmento, uma pincelada, desta extensa e profunda Obra. Em breve no blog uma abordagem completa, trazendo outros olhares, construções, analises e percepções psicanalítica.
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